CRIANÇA DE RUA
Criança de rua.
Que traz em seu rosto,
A tristeza ambulante.
A raiva
constante.
Da falta de vida. De esperança perdida.
Sem paz, sem prazer.
Criança de rua.
De roupa surrada.
Que é desprezada.
Dormindo ao relento
Sem ter um alento.
Dos pais ou poder.
Que finge sorrir.
Que finge cantar
Mas não finge sofrer.
Criança de rua.
Que não sabe ler.
Se souber não
importa.
Pois ninguém quer saber.
Criança de rua.
Que sonha acordada.
Tomar café de manhã
Pular, gritar e correr
Brincando de faz de conta.
Pois sabe, não vai comer
Criança de rua.
Infância perdida
Rosto sujo e maltratado
Implorando pela vida
Criança de rua.
Herói permanente
Sem saúde, sem dente.
Sem causa ou efeito.
Vive de qualquer jeito
Pedindo a um e a outro.
Tentando sobreviver
Tentando mostrar a todos
Que não está só no mundo
Que embora esteja moribundo
Sente que ainda é gente!
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O Amor Está no Ar
Ao despertar lembranças minhas,
Ouso escrever essas linhas
Invocando um nobre poeta
Que me engrandece e me afeta
No rasgo do meu conhecimento
Quando me dedico ao amor
Amor que desabrocha
De maneira tão estranha
Que mal percebo a manha
Dos entes no bem querer
Meu fôlego de iniciante
Nos versos toma coragem
Ao tentar falar diferente
Do amor que estou pra ver
Pensando dessa maneira
Costumo observar
Que a natureza nos dá
Em toda forma de vida
Um exemplo pra viver
E não precisa ser humano
Para o amor acontecer
Diante dessa afirmação
Passo aqui a descrever
Os arrulhos em um ninho
Que começam a acontecer
Uma ave se aproxima
De um poste iluminado
Observa ali parado
Tudo que pode ver
Outra ave também chega
Com o mesmo arrulhar
E,Talvez como aprovação
À primeira que chegou
Nada tentou mudar
Diante desse fato
Eu começo a perceber
Que ali naquele poste
Algo vai acontecer
São seis horas da manhã
Uma fraca neblina cai
O primeiro pássaro sai
Voando não sei pra onde
Mas gostaria de saber
Trinta segundos se passam
A segunda ave voa
Numa outra direção
Essa, eu pude ver
Eis que a primeira ave volta
Com um graveto no bico
A segunda chega também
Ambas vão se emaranhar
Nos fios que o poste tem
O frenesi cresce no lugar
Na produção do aconchego
E o amor está no ar
Ao presenciar essa cena
Afirmo sem preconceito
Ele aparece simplesmente
Até nos fios frios de
um lugar
O amor se fez presente
E nem pediu para chegar
Se isso não é amor
Não sei mais o que será
Vaidoso que fiquei
Pelo fato ali presente
Confesso algumas lágrimas
Eu não pude evitar
Mais vaidoso fiquei ainda
Quando semanas depois aparece
Não mais arrulhos de amor
Mas, o amor em espécie
São dois filhotes ariscos
Que à porta do ninho vêm
Mostrando ao mundo enfim,
Que o amor é infinito
E que, por si só se produz
Sem a intervenção de ninguém.
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ÊXTASE
A poesia está presente no instante em que,
a mulher saindo da sua
condição submissa,
imposta pelo machismo,
ensina com maestria,
os primeiros mandamentos da
vida que são ,
o amor e o saber.
O amor, sublime vocação
feminina, embalado na ternura
do seu Ser..
O saber, intuição sublime,
fonte de suas emoções.
Ser poético em sua essência,
que não delimita espaços,
Que não discrimina desejos,
desejos que afloram do peito,
embora reprimido, de ansiedades vãs.
Ser poético no saber, eterna
vocação de ser mulher.
Soberana no seu ser,
infinita enquanto puder.
A poesia enfim, é voçê
mulher, regaço de bem querer,
Sonho eterno de minha
imaginação real, prelúdio de minha vida.
Meu êxtase interminável,
minha intimidade com Deus.
Bispo 04/12/97
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AFRODITA
Pequena, linda, rebelde.
Coração ardente, anseios
constantes, uma paixão
irradiante e infinita.
Pedaço de mulher, ainda
incompleta, misto de ninfeta
e deusa
do amor, soberana no prazer
do seu ser.
Senhora dos seus sonhos,
acalentados pelo amor.
que exala erotismo e pureza,
em constante desejo, num
eterno prazer.
Flor que desabrocha, odores
perfumados,
lábios que almejam, beijos
ardentes,
carícias eternas.. Juras de
amor.
Mulher incompleta, pois
idade não tem,
Desperta na vida, olhares
sutis em busca
da malícia. Poema em
formação de vida.
Astro sem rota. Estrela sem
rumo.
Afrodita, Afrodita.
BISPO 27/05/99
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O SER POLUTO
Da ladeira da vila eu
vi
O Verde vale do rio
gelado
Silencioso, porém
agredido
E invadido por todos
os lados
Pela cegueira inútil
do homem
Que insiste em
destruir
Tudo que está ao
seu lado
Da ladeira da vila eu
ví
Belos eucaliptos
verdes
Que ao vento,entoam,
Linda sinfonia de
sussurros
De ventos que invocam
Danças de prazer
Dos imensos vegetais
Que logo irão morrer.
Da ladeira da vila eu
vi,
Crianças no soberbo
Juá,
Às margens do rio
criando,
Com imaginação e
ternura,
A real arte de
brincar
Sempre sorrindo e
cantando
Sem no perigo pensar.
Da ladeira da vila eu
vi,
A chaminé poluindo os
seres
Com negras fumaças ao
vento
Sufocando
pensamentos,
Destruindo criações
Tingindo pulmões
infantis
Corroendo tudo por
dentro
Da ladeira da vila eu
vi.
Deus, não sei porque,
Crianças sem crescer,
Adultos alterados,
Sem vontade de viver,
E a solidão sombria,
Nos seres
desesperados
Eco de uma vida
incompleta
Onde a natureza
agoniza,
No âmago de cada
vida,
No âmago de cada ser.
Da ladeira da vila eu
vi,
A felicidade fugindo,
Da esperança não
conquistada,
Pela falta de
objetivo,
De uma gente
maltratada
BISPO
27/05/99
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INSPIRAÇÃO
Poeiras ao vento... encobre,
Minha vontade de ver
Toda ternura que existe
Em voçê.
Foi assim...
Voçê chegou, olhou,
Insinuou um bem querer.
Acreditei, e fui atrás,
Que pena! Era fantasia
Voçê não existia.
Bem que tentei, não acreditei no que via
Mas, voçê estava lá na minha frente
Querendo não sei o que. Ou sei?
Sei lá! Só sei que pensei acreditar
Que voçê existia e me arrependí.
Pois minha vontade de ver
Toda ternura que existe em voçê
era apenas devaneios
Voçê não existia.
BISPO 27/05/99
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ENIGMA
Ah! Sabes quem sou?
Sou tua imagem refletida,
Teu semblante pensativo,
Tua miséria escondida,
Teu fracasso previsto,
Teu sucesso negado,
Tua alegria incontida,
Tua tristeza aflorada.
Teu prenúncio de vida
Ah! Sabes quem fui?
Teu devaneio constante,
Tua esperança de vida,
Teu sorriso contagiante,
Teu sucesso previsto,
Teu amor verdadeiro,
Tua lágrima feliz,
Teu sonho realizado,
Teu caminho sem pedra,
Teu horizonte infinito.
Ah! Sabes o que serei?
Lembranças do teu passado,
Tua vitória perdida,
Crepúsculo de tua saudade,
Sonho de uma realidade vivida,
Solidão em teus pensamentos,
A ilusão verdadeira em tua vida.
Ah! Sabes o que somos?
Restos de um objetivo comum,
Resenha de fato consumado,
Realização planejada de um sonho,
Vivido numa eternidade finita,
Onde o amor delimita, objetivos afins,
BISPO 03/08/1999
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SONHO DE PAZ
Vejo na penumbra,
Tua silhueta sublime, entrando
Colorindo o ambiente como um Arco-Íris,
Que ao contato com a chuva, resplandece
Na tempestade,
um momento de paz!
Uma paz, um deleite, um sonho,
Num regaço permanente, onde o teu ser,
Costuma dormir
acalentando,
Infinita vontade de viver.
Viver de maneira intensa,
Um futuro inacabado.
Sem fronteiras e sem vícios.
Onde o tempo possa esperar.
Se, preciso, retroceder.
Hipnotizando meu sonho.
De te ver e pensar que.
Como Venus prateada.
Retomas o meu destino.
Num acalanto de menino.
Que acaba de nascer!
Bispo, 15/10/99
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RESPLANDECER
Vê que aurora
tão linda!
Esta do teu litoral, onde o mar se deleita e banha
Beijando tuas areias, repletas de vida matinal
Vê que mulheres fagueiras, belas e sensuais
Que deitam-se em tuas areias, junto aos coqueirais
Onde resplandece
teu status de extremo oriental
Das Américas, e do povo que te admira,
Do litoral Norte ao Litoral Sul,
és bela, que maravilha!
Praias bonitas e cintilantes de um azul infinito,
Onde o por do
sol te transforma
Numa aquarela deslumbrante,
De vida colorida
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O que será?
Ah! Como eu gostaria/ de saber porque
Esta nuvem negra/ paira assim...
Porque será?/Porque que tem que ser assim?
Porque chove tanto?/ Tantos pingos de angústia?
Porque ouço tantos gritos de alerta?
Porque
tanta coisa tenebrosa?
Porque tanta prenúncia?
Que milagre virá?/ Que milagre virá?
O que será? O que será? O que será que verei?
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O PRINCÍPIO E O FIM
È manhã.
Teu rosto iluminado olha pra
mim.
Teu sorriso encantado, me
diz assim...
Vem viver este prazer.
Te contarei, segredos de
amor
Minha alma se alegra em te
ver
É manhã.
Lembro-me bem,
Chegaste pra mim sorrindo e
feliz,
Com ingenuidade infantil.
Ternura de um amor maior
Mostrando traços de aprendiz
É manhã.
Que prazer!
Ver-te feliz assim.
Sem esquecer.
Que ainda és imatura,
Que ainda és precoce
Porém, sabes querer.
È manhã.
Onde estás?
Te vi passando, e não
vieste. Por Que?
Eu Sei muito bem!
Já não és tão ingênua assim!
Aprendeste como viver!
Já não precisas de mim,
Já não precisa aprender
O principio e o fim
Bispo set/2003
Obs: Este poema foi musicado pelo saudoso cantor e compositor paraibano Pádua Belmont, que foi gravado no cd: Retorno de 2008, e está na faixa 11 do cd.
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UNIVERSO IMAGINÁRIO
O meu destino é só meu
Dádiva que Deus me deu
Solidão no meu caminho
Já não existe mais.
Saudade por viver sozinho
Também não quero jamais.
Transformar o meu destino
Agora eu sou capaz
De amar você com prazer....
Por que você chegou,
de mansinho pra mudar
o meu pensar e o meu destino
mudando de rumo um vida
que flutuava perdida
num universo imaginário
de perspectivas vãs
sem endereço e sem lugar.
Agora portanto, eu sei
Meu rumo e meu lugar
Pois você me ensinou também,
como se deve sonhar
e construir um destino
sem viver sozinho e amar
pois o caminho do amor é
viver
por isso agora eu sou
sonhador amante e capaz
de amar você com prazer..
De amar você com prazer
Bispo/dez/03
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ENCANTO/DESENCANTO
A saudade precoce
Dos jovens amores
São sonhos desfeitos
Pelo prazer de amar
Sem curtir o encanto
Que o amor pode dar
A saudade e a ternura
São elementos perfeitos
Para quem ama em sintonia
Com esperança e desejo
Com prazer e alegria
Jovens amantes, almas
benditas
Prazeres loucos, em suas
vidas
Causa e efeito , sem dores
sofridas
É só felicidade! É só
paixão!
É força estranha, no
coração!
Se a vida é só paixão
Sem cumplicidade e amor
É viver tudo, é viver nada
É o encanto de uma vida
É uma vida destroçada
É um prazer na chegada
É um sofrer na partida
Bispo/julho/04
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Gueixa
Neste teu andar de gueixa
Tão lindo!
Este teu olhar fagueiro
Me diz
Que teu corpo me espera
Feliz
Pra saciar desejos
De amor, que brotam
Em teu colo sedutor
De prazer e de ardor
Deixo-me levar contigo
Sentindo este imenso torpor
Saboreando em teus braços
O néctar que produz enfim,
De forma doida e leviana
Tornando-me súdito e amante
Ou teu discípulo afim
Em teu colo provocante
Gueixa dos meus costumes
Estarei a te querer
Como a paz de um menino
Criando assim, meu destino
Gueixa do meu prazer
Bispo/06/2004
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FELICIDADE
Não importa onde estejas
Não importa o que faças
Não importa o que vejas
Não importa se rastejas
Não importa se há certezas
Não importa se não haja
Pois a vida é uma beleza
E sem vida não há graça
É de graça esta certeza
Como é bela a natureza
Que cria e disfarça
Que protege e delimita
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DEVANEIOS
Caminho no meu caminho
De paz,
De paz comigo vou seguindo
Sem jamais
Perder a esperança
E ser capaz
De construir futuros
Reais
E poder ver as flores
Nos quintais
Sorrindo com amigos
Leais
Criando e recriando
O amor (bis)
O amor é uma estrada
A seguir
Com versos ou reversos
Sem fingir
E esta devoção ardente
Arrebatando a gente
Transforma a vida
Em arcos íris, com brilho
próprio
E muita cor
Criando e recriando
O amor (bis)
Bispo,08/07/2004
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A BUSCA
Caminho só
Nesta estrada, vou seguindo
Procurando por alguém, que
também
caminha como eu, em busca de
amor
e, por isto acredita que
vem,
ao seu encontro caminhando
só e vai,
seguindo a mesma trilha,
porque,
com certeza o encontrará.
E o destino numa caminhada
só
mostrará a estrada onde
esconde,
a felicidade almejada.
Caminhei só,
até encontrar você
Que prazer lhe ver.
Quanta emoção, meu coração
sentiu
Quando lhe viu
Dificuldade eu senti, porque,
Não esperava enfim querer,
Que você chegasse assim, pra
mim.
Quem caminha nesta vida com
amor
Não pode nem merece sentir
dor
Vivo só
Imaginando neste espaço
O brilho das estrelas que ofuscam
O Teu olhar sobre este
universo
Complexo, como os teus pensamentos
Libertar
De você essa alegria
Liberar do seu corpo o
preconceito
Que destrói e evita a
fantasia
Que impede e atrofia
A Felicidade e o amor
Libertar
Toda vontade oprimida
Todo grito no peito
Toda dor sofrida
Toda causa e todo efeito
Que provoca imensa dor
Libertar
Toda saudade que eu sinto de
você
Toda saudade que você sente
de mim
Toda ternura que você pode
me dar
Todo amor que você guardou
pra mim
A felicidade que podemos
desfrutar
Libertar enfim,
É ser livre assim,
Criando fórmulas de paz
Sem ter que voltar atrás
É não gerar tristeza
Não gerar pobreza
De espírito
Libertar é um ato de amor
Tornando flores vivas e
ativas
Em pétalas destruídas
Sem sensibilidade e amor
Vem,
Ficar comigo
Longe desta solidão
Me envolve me abraça
Esquenta o meu coração
Tão triste
Vem,
A noite é nossa
É grande o nosso amor
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FLAGELO SOCIAL
Homem sem alma.
Homem sem amor
Agonia mortífera
Na face de um facínora
Que ceifa vidas em flor
Eis que ele passa despercebido
Pois já era conhecido
Nele ninguém prestou atenção
Sujeito comum vai e vem
Qualquer um
Como saber que ela viria?
A besta humana existia?
Não. Não na mente dos
inocentes.
A rotina não altera
Pois brincadeira parecia
Cai a primeira vítima
A segunda também caía
Não. Não era brincadeira
Nem tampouco fantasia
Era grito de horror e
desespero
Era criança morrendo em
agonia
Francisco Bispo
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