O Amor Está no Ar
Ao despertar lembranças minhas,
Ouso escrever essas linhas
Invocando um nobre poeta
Que me engrandece e me afeta
No rasgo do meu conhecimento
Quando me dedico ao amor
Amor que desabrocha
De maneira tão estranha
Que mal percebo a manha
Dos entes no bem querer
Meu fôlego de iniciante
Nos versos toma coragem
Ao tentar falar diferente
Do amor que estou pra ver
Pensando dessa maneira
Costumo observar
Que a natureza nos dá
Em toda forma de vida
Um exemplo pra viver
E não precisa ser humano
Para o amor acontecer
Diante dessa afirmação
Passo aqui a descrever
Os arrulhos em um ninho
Que começam a acontecer
Uma ave se aproxima
De um poste iluminado
Observa ali parado
Tudo que pode ver
Outra ave também chega
Com o mesmo arrulhar
E,Talvez como aprovação
À primeira que chegou
Nada tentou mudar
Diante desse fato
Eu começo a perceber
Que ali naquele poste
Algo vai acontecer
São seis horas da manhã
Uma fraca neblina cai
O primeiro pássaro sai
Voando não sei pra onde
Mas gostaria de saber
Trinta segundos se passam
A segunda ave voa
Numa outra direção
Essa, eu pude ver
Eis que a primeira ave volta
Com um graveto no bico
A segunda chega também
Ambas vão se emaranhar
Nos fios que o poste tem
O frenesi cresce no lugar
Na produção do aconchego
E o amor está no ar
Ao presenciar essa cena
Afirmo sem preconceito
Ele aparece simplesmente
Até nos fios frios de um lugar
O amor se fez presente
E nem pediu para chegar
Se isso não é amor
Não sei mais o que será
Vaidoso que fiquei
Pelo fato ali presente
Confesso algumas lágrimas
Eu não pude evitar
Mais vaidoso fiquei ainda
Quando semanas depois aparece
Não mais arrulhos de amor
Mas, o amor em espécie
São dois filhotes ariscos
Que à porta do ninho vêm
Mostrando ao mundo enfim,
Que o amor é infinito
E que, por si só se produz
Sem a intervenção de ninguém.
(Autor:
Francisco Bispo)
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