sábado, 24 de setembro de 2016

O Amor Está no Ar - poema de Francisco Bispo


O Amor Está no Ar
Ao despertar lembranças minhas,
Ouso escrever essas linhas
Invocando um nobre poeta
Que me engrandece e me afeta

No rasgo do meu conhecimento
Quando me dedico ao amor



Amor que desabrocha
De maneira tão estranha
Que mal percebo a manha 
Dos entes no bem querer


Meu fôlego de iniciante
Nos versos toma coragem
Ao tentar falar diferente
Do amor que estou pra ver


Pensando dessa maneira
Costumo observar
Que a natureza nos dá
Em toda forma de vida
Um exemplo pra viver
E não precisa ser humano
Para o amor acontecer


Diante dessa afirmação
Passo aqui a descrever
Os arrulhos em um ninho
Que começam a acontecer


Uma ave se aproxima
De um poste iluminado
Observa ali parado
Tudo que pode ver


Outra ave também chega
Com o mesmo arrulhar
E,Talvez como aprovação
À primeira que chegou
Nada tentou mudar


Diante desse fato
Eu começo a perceber
Que ali naquele poste
Algo vai acontecer


São seis horas da manhã
Uma fraca neblina cai
O primeiro pássaro sai
Voando não sei pra onde
Mas gostaria de saber


Trinta segundos se passam
A segunda ave voa
Numa outra direção
Essa, eu pude ver


Eis que a primeira ave volta
Com um graveto no bico
A segunda chega também
Ambas vão se emaranhar
Nos fios que o poste tem


O frenesi cresce no lugar
Na produção do aconchego
E o amor está no ar


Ao presenciar essa cena
Afirmo sem preconceito
Ele aparece simplesmente
Até nos fios frios de um lugar
O amor se fez presente
E nem pediu para chegar
Se isso não é amor
Não sei mais o que será


Vaidoso que fiquei
Pelo fato ali presente
Confesso algumas lágrimas 
Eu não pude evitar


Mais vaidoso fiquei ainda
Quando semanas depois aparece
Não mais arrulhos de amor
Mas, o amor em espécie


São dois filhotes ariscos
Que à porta do ninho vêm
Mostrando ao mundo enfim,
Que o amor é infinito
E que, por si só se produz
Sem a intervenção de ninguém.

(Autor:
Francisco Bispo)

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